quarta-feira, 30 de setembro de 2009

FREE for free...

CORREÇÃO: Parece que Anderson mudou de idéia... Diante o sucesso do compartilhamento do livro e do aumento das vendas da edição em papel o "guru" tirou do ar as versões eletrônicas tanto do Scribd (como se pode notar abaixo) e do Google Books... Como o próprio autor não executa aquilo que prega, melhor "desindicar" o texto... A impressão que fica é que o cidadão usou a web espaço publicitário "boca-a-boca" e quando o negócio decolou quem quiser vai ter que comprar na livraria...Não vou apagar o post...

FREE é o novo livro de Chris Anderson, aquele cara famoso da "A cauda longa"... Agora o editor da WIRED lança um novo livro que elabora um cenário onde não pagamos diretamente pelos produtos. Abaixo o livro digital (que sai de graça). AQUI uma entrevista com o autor na Der Spiegel (em portugês). Depois ainda tem um teaser do livro em vídeo e AQUI uma entrevista em podcast com Anderson.

FREE by Chris Anderson




domingo, 20 de setembro de 2009

Quem é o alienígena?

District 9 (2009) de Neil Blomkamp e produção de Peter Jackson. Fazia muito tempo que não via uma ficção tão legal... aqui vai a sinopse do site Cinema em Cena:

“A humanidade esperava por um ataque hostil ou por gigantes avanços tecnológicos, nada disso veio. Os alienígenas chegam à Terra como refugiados e se instalam em uma área da África do Sul, o Distrito 9, enquanto os humanos decidem o que fazer com eles. A Multi-National United (MNU) é uma empresa contratada para controlar os alienígenas e mantê-los em campos de concentração e deseja receber imensos lucros para fabricar armas que tenham como "matéria-prima" as defesas naturais dos extraterrestres. Mas a MNU falha na tentativa de fabricação das armas e descobre que para que elas sejam ativadas, o DNA dos aliens é necessário. O tensão entre humanos e aliens aumenta quando Wikus van der Merwe espalha um misterioso vírus que modifica o DNA das criaturas impedindo a poderosa MNU de colocar em prática seus planos de exploração sobre as criaturas de outro planeta. Então o homem que se torna o mais procurado do mundo, tem que fugir, e sem casa e sem amigos, só tem um lugar onde se esconder: Distrito 9."

O fato é que muito além desta simples sinopse o filme coloca em discussão temas caros ao nosso tempo: Os alienígenas chegam à Terra como um bando de imigrantes chineses ou africanos num container e aportam em Joanesburgo ,capital da África do Sul, mortos de fome e desnutridos; vivem aprisionados num gueto muito parecido com uma favela carioca; são explorados pelos nigerianos na base do "mais fraco chuta o cachorro"; são "viciados" em comida de gato que é negociada por traficantes como se fosse (ou é) uma droga... E tudo isso narrado num tom semi-documental que envolve. E tem um ponto muito positivo: a Computação Gráfica, que torna os aliens, chamados de "camarões" (por causa da aparência) figuras plausíveis em que em nenhum momento percebemos tratar de seres virtuais, tamanha a realidade com que são construídos e integrados às ações ao vivo. Boa pedida. Aqui o site oficial do filme. Abaixo o trailer e depois o curta que deu origem ao filme:



domingo, 13 de setembro de 2009

Steppenwolf - O Filme

Alguém aí sabe a origem do nome banda Steppenwolf dona do clássico "Born to be wild"? O texto abaixo de Ivan Finotti na FOLHA ( só para assinantes) explica tudo, inclusive o triste fim do cineasta:

"Renegado, esnobado, esquecido, cultuado e, finalmente, lançado em DVD. Basicamente é esse o caminho tortuoso do filme "O Lobo da Estepe", de 1974, dirigido e escrito pelo americano Fred Haines. Trata-se de uma adaptação livre (e como poderia ser diferente?) do romance de mesmo nome do germano-suíço Herman Hesse (1877-1962).Nobel de literatura em 1946, Hesse havia publicado "O Lobo da Estepe" em 1927. É, provavelmente, seu principal e mais controverso romance. A história trata de Harry Haller, um homem com 47 anos que não consegue se adaptar à vida na sociedade. Sente-se aprisionado pelas convenções morais, assim com seu eu interior, um lobo selvagem, está aprisionado dentro da casca humana. Resolve, assim, suicidar-se no dia em que completar 50 anos. Em suas andanças pela cidade, porém, depara-se com uma casa noturna onírica chamada Teatro Mágico, que só admite a entrada de "loucos e raros", pois o preço do ingresso é a sua mente. Ali, Haller conhece Hermine e Pablo, que o conduzirão numa balada de sexo sem amarras e drogas sem culpa, direto ao inconsciente. Por suas características rebeldes e transgressoras, o romance foi redescoberto pela contracultura nos anos 60 (chegou a dar o nome à banda de rock norte-americana Steppenwolf, de "Born to Be Wild"). "

Fiquei curioso e fui procurar o filme para baixar... Ainda não achei e continuo procurando, mas no YouTube tem a maravilhosa abertura em animação e o trailer que posto, ambos , logo abaixo. De lambuja vai o hit da banda "Steppenwolf" que foi trilha de "Easy Ryder" (Dennis Hopper, 1969), aqui em versão com techos do filme, uma vez que o clipe com a banda tocando é probido incorporar pelo dono dos direitos autorais...





domingo, 6 de setembro de 2009

Com a entrega da qualificação do doutorado no Programa de Pós-graduação em Educação para a Ciência na FC/UNESP de Bauru e o feriadão de 7 de setembro ganhei um tempinho para ver uns filmes:

Serras da Desordem ( Andrea Tonacci, 2006); Muito bom o retorno do diretor do marginal “Bang Bang” (1971) num comovente e urgente docudrama. Recomendo. Abaixo a sinopse disponível no site da 30ª. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Aqui dois comentários interessantes, um na Cinética e outro na Contracampo.

“Carapirú é um índio nômade que, após ter seu grupo familiar massacrado num ataque surpresa de fazendeiros, consegue escapar e viver, durante 10 anos, perambulando pelas serras do Brasil central. Capturado em novembro de 1988, a dois mil quilômetros de distância de seu ponto de partida, é levado pelo sertanista Sydney Possuelo para Brasília. Sua história ganha as páginas dos jornais, gerando polêmica entre historiadores e antropólogos em relação à sua origem e identidade. É identificado como um Guajá por um índio intérprete, órfão de 18 anos, que havia sido resgatado, há 10 anos, pelo próprio sertanista, dos maus tratos de um fazendeiro. Mais uma surpresa do destino: os dois índios reconhecem-se como pai e filho, sobreviventes do massacre de 10 anos antes, ambos acreditando-se mortos. O elenco é formado pelas próprias pessoas que viveram os fatos.”

Veja o trailer e depois a primeira parte de entrevista com o diretor e a montadora do filme, Cristina Amaral:



Toy Story 3D

John Lasseter recebeu junto com seus amigos diretores da Pixar o Leão de Ouro em Veneza pelo conjunto da obra. Merecido... Coincidentemente, vi esta semana e iria comentar o aqui o documentário "Pixar Story" (2007, de Leslie Iworks), que apesar de chapa branca é muito bom, principalmente como relato da história da Computação Gráfica no cinema. O mais legal da notícia é que ele aproveitou o momento marquetoso para lançar o trailer de Toy Story 3, em 3D. Hilário. Tem mais no site do filme. Abaixo o trailer e depois a primeira parte do documentário citado disponível no YouTube.



sexta-feira, 4 de setembro de 2009

SEQ. 1 - BLOG DO TUCA INT/NOITE

Assim começa o roteiro de "Inglourious Basterds" de Quentin Tarantino:

1. EXT - DAIRY FARM- DAY
The modest dairy farm in the countryside of Nancy, France (what the French call cow country). We Read a SUBTITLE in the sky above the farm house;

CHAPTER ONE

"ONCE UPON A TIME IN...
NAZI OCCUPIED FRANCE"

This SUBTITLE disappears, and is replaced by another one;

"1941

One year into the German occupation of France". The farm consists of a house, small barn, and twelve cows spread about. The owner of the property, a bull of a man FRENCH FARMER, brings a axe up and down on A tree stump blemishing his property. However simply by sight, you'd never know if he's been beating at this stump for the last year, or just started today.


Onde encontrei? Basta acessar o Internet Movie Script Database (IMSDb). Lá você vai encontrar uma enorme coleção de roteiros catalogada em ordem alfabética e que podem ser lidos diretamente no browser.

Corta p/ letreiro

FIM

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Os Desajustados (1961) de John Houston. Elenco primoroso com Clark Gable, Eli Wallach e , Montgomery Clift e uma tristonha e indecifrável Marilyn Monroe. Apesar de feito no início da década de 60, todos os personagens soam, propositadamente, anacrônicos. Marilyn é uma ex-dancarina divorciada que não sabe o quer da vida; Gable um cowboy que caça cavalos selvagens para virar ração de cachorro; Wallach é um ex-piloto de avião com resquícios da guerra e Clift um peão de rodeio alquebrado... É nesse mundo moderno que estes personagens com ambições de liberdade não conseguem se ajustar... É como buscassem a liberdade dos cavalos que o velho cawboy teima em perseguir, esquecendo que a morte dos animais é, em última instância, a sua própria morte. Houston é um diretor esquecido pelas novas gerações e um gênio incontestável... Abaixo uma cena :



Segue uma parte do belo texto de Gian Luca disponível no site Cine Players:

"Escrito por Arthur Miller, o roteiro é praticamente a personificação da vida de Marilyn Monroe, sua mulher na época. A vida Roslyn se parece muito com a de Monroe, e quem conhece pelo menos um pouco a vida do maior ícone do Cinema, saberá que isso não é mera coincidência, Miller escreveu o papel especialmente para a esposa. Tanto Roslyn quanto Marilyn não tiveram a mãe por perto quando criança, na película dá-se a entender que a mãe de Taber vivia fora de casa por conta de um caso extra-conjugal (3 meses fora de casa é muito tempo para uma criança) e que seu pai fora ausente, já a mãe de Marilyn passou boa parte de sua vida internada em hospitais psiquiátricos, e ela nunca soube a verdadeira identidade do pai, o que levou a pequena Norma Jean a passar vários anos de sua vida em orfanatos. Ambas estão perdidas, Roslyn diz que não sabe o lugar ao qual pertence, e sua intérprete sempre dizia à imprensa que não pertencia a ninguém, apenas ao público (Norma Jean passou a vida toda tentando achar sua 'identidade', e quando se tornou Marilyn Monroe, essa questão se tornou ainda mais difícil); as duas também tiveram um casamento falido (no caso de Marilyn, dois) e por fim, Monroe tinha aversão ao mal tratamento de animais, assim como Roslyn.

Bastante diferente das louras burras que interpretou em filmes como "Os Homens Preferem as Loiras" e "O Pecado mora ao Lado", Monroe nos apresenta uma atuação primorosa, brilhante; talvez pelo fato da personagem ser tão parecida com ela, talvez pelo fato de que em 1961 Marilyn já tinha uma boa bagagem de trabalho, ou talvez pelas duas coisas. A razão realmente não importa, quando a vemos na tela, temos a certeza que Monroe conseguiu chegar aonde ela tanto almejava estar: no mesmo patamar de outras grandes atrizes, e com certeza ela teria ido mais longe, se não fosse pela sua morte prematura em 62. Com um visual mais 'desleixado' (se comparado a seus filmes anteriores) e um pouco mais gordinha (mas sem jamais perder seu natural sex appeal), seu olhar consegue exprimir com perfeição toda a angústia sofrida por Roslyn, mas ao mesmo tempo ela consegue abrir um sorriso, que como diz Gable: "parece que o sol acabou de aparecer". E Monroe era exatamente assim na vida real, sua mente sempre divida por uma linha tênue entre a tristeza e a felicidade, a tristeza vivida por Norma Jean Baker que a todo momento tentava apagar seu triste passado, e a alegria vivida por Marilyn Monroe, que tentou a todo custo mudar completamente de vida tal como mudou seu nome."