quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

A Festa da Menina Morta (2008) de Matheus Nachtergaele. A estréia do renomado ator brasileiro na direção é pra lá de autoral. O filme é bruto, cru e com cenas que podem chocar. Não tenho como não lembrar de outra estréia: a de Selton Mello com seu "Feliz Natal". Ambos atores, embora em tramas muito díspares, destacam-se por um cinema difícil, barroco e muito mais ligado à arte do que os filmes de sucesso que protagonizam. Em "Festa..." a trama gira em torno de uma comunidade ribeirinha amazônica que cultua um pedaço de vestido de uma menina que morreu há duas décadas atrás e que todo ano é festejada sua morte com oferendas de brinquedos e espera-se do "Santinho" (Daniel de Oliveira) as profecias que a menina profere por seu intermédio. Caboclos, índios, incesto, sincretismo religioso compõem este belo e difícil filme. Aqui uma entrevista do diretor na Bravo On Line, da qual surrupiei o trecho abaixo, depois do trailer. Por último, o diretor fala sobre o filme.


Como foi passar para a perspectiva de diretor?Matheus: Sempre fui um ator muito colaborativo. Sinto-me menos um ser dirigido e mais um companheiro de criação. De alguma forma, naturalmente, fui passando para a direção. A idéia do projeto como um todo é o que me seduz, quando estou envolvido de verdade. Já estava de olho nas etapas do processo de um filme. Mas existiam coisas que eu não sabia de verdade que pudessem acontecer. Eu não imaginava o que era montar um filme. Não sabia o quão doloroso e importante era esse processo. A sensação que eu tenho é que o roteiro é primeiro um grande jorro. Um roteiro, uma poesia ou uma peça de teatro são febres internas. É preciso vomitá-las. Transformá-las em metáfora. E A Festa da Menina Morta veio assim.

E ao materializar essa febre, o que aconteceu? Matheus: Eu achei o processo da filmagem a parte mais encantadora de todas. É quando me sinto mais em casa. É a trupe viajando e fazendo a sua peça.

Você seguiu alguma regra? Matheus: Acho que dirigir é apontar um rumo e contaminar as pessoas. Contaminar os atores, os outros criadores. E fazer do filme o depoimento de cada uma dessas pessoas envolvidas. É preciso que eles estejam contaminados e em estado febril como você. Comprometê-los com a temática e os caminhos estéticos sugeridos. Contaminar com o seu vírus e ir seguindo delicadamente. Há diretores que trabalham agredindo, gostam das pessoas em estado de pressão e angústia. Pelo menos num primeiro filme, não me parecia que era cabível fazer isso. Quanto mais delicado eu fosse, mais eu teria a colaboração de todos.

Em Cannes, houve quem fizesse uma comparação do seu filme com os de Glauber Rocha. Houve alguma influência aí? Matheus: Apesar de ele ser um dos cineastas que admiro, não foi um parâmetro para mim. Foi uma surpresa. Aliás, quero pensar mais sobre isso: em quais aspectos a "Menina Morta" pode parecer com Glauber? Talvez em algo que o filme tenha de barroco. As pessoas precisam fortemente de um parâmetro de comparação. Não conseguem julgar uma obra isoladamente, precisam de referências. Então, falam de Herzog, de Glauber e, mais erroneamente, de Cláudio Assis. Procuram muito rapidamente encontrar uma família. Eu fico muito honrado com as comparações, achei bonito. Quem me dera que o filme tivesse parentesco com o Herzog, com o Glauber ou com Cláudio Assis. São grandes cineastas, mas eu não tenho essa necessidade de encontrar uma prateleira no supermercado da arte.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Syd Barret do Sertão


Coincidências documentárias: vi um documentário da Channel Four da BBC intitulado "Pink Floyd Story - Which One's Pink" muito legal em que através de um questionamento tirado de letra de "Have a cigar" do álbum "Wish you were here" onde a letra diz: "The band is just fantastic, that is really what I think. Oh by the way, which one's Pink?" tenta explicar qual foi o líder mais influente da famosa banda: o maluco Syd Barret, o esperto Roger Waters ou o Floyd tardio David Gilmour. Enfim, fica claro que mesmo no reinado dos outros dois a figura de Syd Barret (muito bem retratada em outro bom documentário, "The Pink Floyd And Syd Barret Story") ainda é um espectro que manda na identidade da banda e, por incrível que pareça, faz falta... O fato é que logo em seguida vi o doc brazuca "Lóki" sobre o Mutante Arnaldo Batista e lá pelas tantas do filme aparece Julian Lennon, filho de John Lennon que classifica Arnaldo de um Syd Barret brasileiro... Tá feita a conexão ... Em matéria na FOLHA, o diretor do filme, Paulo Faontanelle explica: "Lóki é um trabalho emblemático. E é uma gíria que ele criou e tem um significado na mitologia nórdica, de um deus nórdico, que tem a capacidade de se transformar. É um ser mutante e tem muito a ver com o Arnaldo Baptista, que assumiu várias formas durante sua carreira e vida. Tem essa relação da metamorfose com o Arnaldo". Indico os três filmes e, se possível, ver todos de uma tacada só. Ah! Aqui o site de Arnaldo Batista e abaixo os trailers:





quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Profissões digitais: designer de interação

Simplesmente replicando a dica de meu amigo Lauro Teixeira sobre a profissão de designer de interação publicada no Olhar Digital:


quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Sexto Sentido

Com apenas 28 anos, Pranav Mistry é um indiano que nasceu e foi educado numa pequena vila em seu país natal... Ele acredita que as pessoas de países pobres como o seu não precisam aprender a usar mouses e teclados e podem "pular esta fase' e usarem interfaces mais intuitivas e interativas. E esta é a pesquisa que ele desenvolve no Media LAb do MIT, o "SixthSense", Assim descrito na Folha Informática de hoje (só para assinantes):

"(...) o dispositivo utiliza uma câmera e um projetor mantidos juntos por um pingente usado ao redor do pescoço. O protótipo dele, e o software responsável pelo processamento dos dados, funcionam em smartphones e conseguem transformar paredes, folhas de papel e outras superfícies em telas para, suponhamos, navegar na rede. "

Bem, vamos deixar de lero-lero e ver a criação do dedicado cidadão. Abaixo os vídeos da apresentação dele durante a Conferência TED India que ocorreu mês passado em Mysore, India. É de impressionar:




sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Serviço de Profissional

Este é o título do trabalho interdisciplinar que os alunos de um dos grupos de produção do quarto termo de Rádio e TV da UNESP/ Bauru estão finalizando para entregar no próximo dia 09 de dezembro para, entre outras disciplinas, aquelas que ministro: 'Técnicas de Animação" e "Sonorização em Audiovisual". Como já está se tornando praxe, a moçada edita um trailer do curta-metragem para assanhar a audiência e posta no YouTube. Então aqui vão o trailer e a sinopse publicada pela moçada:

"O curta metragem é uma adaptação de uma história em quadrinhos publicada pela editora Ópera Gráphica em uma edição especial da revista Canalha. Serviço de profissional é uma produção do premiado roteirista Wander Antunes em parceria com o cartunista Spacca. Trata da saga de um matador que se julga profissional. O espectador é convidado a interagir com o personagem fazendo com que ele se sinta parte integrante da narrativa. Esse envolvimento, preenchido de tom irônico e humor sutil, conduz a um desfecho inesperado, rompendo com as expectativas da audiência."

terça-feira, 17 de novembro de 2009



Na última sexta participei da mesa "AS NOVAS E AS NOVÍSSIMAS TECNOLOGIAS NA MEDIAÇÃO DO FATO ESPORTIVO " do último dia do LECOTEC 2009. Abaixo a foto dos companheiros de mesa e depois o resumo da apresentação.

Resumo Geral da Mesa: Na década de 1930, o torcedor brasileiro que quisesse acompanhar os jogos da seleção nacional no exterior deveria acotovelar-se à porta dos grandes jornais do Rio de Janeiro e São Paulo, à espera da divulgação dos resultados – que chegavam via telex pelas agências internacionais. A primeira transmissão radiofônica de uma partida brasileira em Copas do Mundo dá-se no Mundial de 1938, na França (com o jogo Brasil 6 x 5 Polônia). Vinte anos depois, em 1958, a Copa disputada na Suécia traria a grande novidade advinda com a televisão: o videoteipe permitia que os torcedores pudessem assistir, nos cinemas, às partidas ouvidas três dias antes pelo rádio. Já a primeira transmissão ao vivo de uma Copa do Mundo pela televisão deu-se apenas em 1970, no Mundial do México. A partir da década de 1990, a internet passou a representar um novo meio de se acompanhar o evento esportivo. Desde então, as “novíssimas tecnologias” têm oferecido múltiplas possibilidades de consumo dessa notícia. Esta mesa temática propõe-se a analisar como a mediação do esporte tem sido modificada a partir do surgimento de novos meios de comunicação que, ao longo das últimas oito décadas, têm alterado a recepção do acontecimento esportivo.

- Participantes:

    * Prof. Dr. José Carlos Marques (Unesp/Bauru)

    * Prof. Dr. Ary José Rocco Jr. (Fecap – SP)

    * Prof. Ms. Marcos "Tuca" Américo (Unesp/Bauru)

    * Prof. Ms. Silvio Saraiva Jr. (Faculdades Integradas de Jahu- Jaú)

    * Sérgio Bruno Trivelato (Blog Detrivella)

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Ubiquidade...

Comunicação e conexão a qualquer hora e lugar... Talvez esta seja a melhor definição de ubiquidade... Google e Mozilla estão prestes a lançar agregadores de serviços e redes sociais na web, respectivamente o Wave e o Raindrop. Enquanto eles não chegam, eu me viro com o Digsby, que junta num aplicativo único MSN, Google Talk, Facebook Twitter e Gmail e que dá conta da geléia geral webiana. No Smartphone vou de Fring, que agrega vários serviços como Skype, MSN, GoogleTalk e Twitter. Enfim, minhas coleiras eletrônicas em marcação cerrada 24 horas por dia e sete dias por semana... abaixo uma amostra do Raindrop, do Mozilla Labs:

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Aprendendo para mudar, mudando para aprender

Posto abaixo um vídeo onde CEOs de várias empresas destacam o papel da tecnologia e da comunicação na educação e desenvolvimento dos cidadãos para o século XXI. Recomendado.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

FREE for free...

CORREÇÃO: Parece que Anderson mudou de idéia... Diante o sucesso do compartilhamento do livro e do aumento das vendas da edição em papel o "guru" tirou do ar as versões eletrônicas tanto do Scribd (como se pode notar abaixo) e do Google Books... Como o próprio autor não executa aquilo que prega, melhor "desindicar" o texto... A impressão que fica é que o cidadão usou a web espaço publicitário "boca-a-boca" e quando o negócio decolou quem quiser vai ter que comprar na livraria...Não vou apagar o post...

FREE é o novo livro de Chris Anderson, aquele cara famoso da "A cauda longa"... Agora o editor da WIRED lança um novo livro que elabora um cenário onde não pagamos diretamente pelos produtos. Abaixo o livro digital (que sai de graça). AQUI uma entrevista com o autor na Der Spiegel (em portugês). Depois ainda tem um teaser do livro em vídeo e AQUI uma entrevista em podcast com Anderson.

FREE by Chris Anderson




domingo, 20 de setembro de 2009

Quem é o alienígena?

District 9 (2009) de Neil Blomkamp e produção de Peter Jackson. Fazia muito tempo que não via uma ficção tão legal... aqui vai a sinopse do site Cinema em Cena:

“A humanidade esperava por um ataque hostil ou por gigantes avanços tecnológicos, nada disso veio. Os alienígenas chegam à Terra como refugiados e se instalam em uma área da África do Sul, o Distrito 9, enquanto os humanos decidem o que fazer com eles. A Multi-National United (MNU) é uma empresa contratada para controlar os alienígenas e mantê-los em campos de concentração e deseja receber imensos lucros para fabricar armas que tenham como "matéria-prima" as defesas naturais dos extraterrestres. Mas a MNU falha na tentativa de fabricação das armas e descobre que para que elas sejam ativadas, o DNA dos aliens é necessário. O tensão entre humanos e aliens aumenta quando Wikus van der Merwe espalha um misterioso vírus que modifica o DNA das criaturas impedindo a poderosa MNU de colocar em prática seus planos de exploração sobre as criaturas de outro planeta. Então o homem que se torna o mais procurado do mundo, tem que fugir, e sem casa e sem amigos, só tem um lugar onde se esconder: Distrito 9."

O fato é que muito além desta simples sinopse o filme coloca em discussão temas caros ao nosso tempo: Os alienígenas chegam à Terra como um bando de imigrantes chineses ou africanos num container e aportam em Joanesburgo ,capital da África do Sul, mortos de fome e desnutridos; vivem aprisionados num gueto muito parecido com uma favela carioca; são explorados pelos nigerianos na base do "mais fraco chuta o cachorro"; são "viciados" em comida de gato que é negociada por traficantes como se fosse (ou é) uma droga... E tudo isso narrado num tom semi-documental que envolve. E tem um ponto muito positivo: a Computação Gráfica, que torna os aliens, chamados de "camarões" (por causa da aparência) figuras plausíveis em que em nenhum momento percebemos tratar de seres virtuais, tamanha a realidade com que são construídos e integrados às ações ao vivo. Boa pedida. Aqui o site oficial do filme. Abaixo o trailer e depois o curta que deu origem ao filme:



domingo, 13 de setembro de 2009

Steppenwolf - O Filme

Alguém aí sabe a origem do nome banda Steppenwolf dona do clássico "Born to be wild"? O texto abaixo de Ivan Finotti na FOLHA ( só para assinantes) explica tudo, inclusive o triste fim do cineasta:

"Renegado, esnobado, esquecido, cultuado e, finalmente, lançado em DVD. Basicamente é esse o caminho tortuoso do filme "O Lobo da Estepe", de 1974, dirigido e escrito pelo americano Fred Haines. Trata-se de uma adaptação livre (e como poderia ser diferente?) do romance de mesmo nome do germano-suíço Herman Hesse (1877-1962).Nobel de literatura em 1946, Hesse havia publicado "O Lobo da Estepe" em 1927. É, provavelmente, seu principal e mais controverso romance. A história trata de Harry Haller, um homem com 47 anos que não consegue se adaptar à vida na sociedade. Sente-se aprisionado pelas convenções morais, assim com seu eu interior, um lobo selvagem, está aprisionado dentro da casca humana. Resolve, assim, suicidar-se no dia em que completar 50 anos. Em suas andanças pela cidade, porém, depara-se com uma casa noturna onírica chamada Teatro Mágico, que só admite a entrada de "loucos e raros", pois o preço do ingresso é a sua mente. Ali, Haller conhece Hermine e Pablo, que o conduzirão numa balada de sexo sem amarras e drogas sem culpa, direto ao inconsciente. Por suas características rebeldes e transgressoras, o romance foi redescoberto pela contracultura nos anos 60 (chegou a dar o nome à banda de rock norte-americana Steppenwolf, de "Born to Be Wild"). "

Fiquei curioso e fui procurar o filme para baixar... Ainda não achei e continuo procurando, mas no YouTube tem a maravilhosa abertura em animação e o trailer que posto, ambos , logo abaixo. De lambuja vai o hit da banda "Steppenwolf" que foi trilha de "Easy Ryder" (Dennis Hopper, 1969), aqui em versão com techos do filme, uma vez que o clipe com a banda tocando é probido incorporar pelo dono dos direitos autorais...





domingo, 6 de setembro de 2009

Com a entrega da qualificação do doutorado no Programa de Pós-graduação em Educação para a Ciência na FC/UNESP de Bauru e o feriadão de 7 de setembro ganhei um tempinho para ver uns filmes:

Serras da Desordem ( Andrea Tonacci, 2006); Muito bom o retorno do diretor do marginal “Bang Bang” (1971) num comovente e urgente docudrama. Recomendo. Abaixo a sinopse disponível no site da 30ª. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Aqui dois comentários interessantes, um na Cinética e outro na Contracampo.

“Carapirú é um índio nômade que, após ter seu grupo familiar massacrado num ataque surpresa de fazendeiros, consegue escapar e viver, durante 10 anos, perambulando pelas serras do Brasil central. Capturado em novembro de 1988, a dois mil quilômetros de distância de seu ponto de partida, é levado pelo sertanista Sydney Possuelo para Brasília. Sua história ganha as páginas dos jornais, gerando polêmica entre historiadores e antropólogos em relação à sua origem e identidade. É identificado como um Guajá por um índio intérprete, órfão de 18 anos, que havia sido resgatado, há 10 anos, pelo próprio sertanista, dos maus tratos de um fazendeiro. Mais uma surpresa do destino: os dois índios reconhecem-se como pai e filho, sobreviventes do massacre de 10 anos antes, ambos acreditando-se mortos. O elenco é formado pelas próprias pessoas que viveram os fatos.”

Veja o trailer e depois a primeira parte de entrevista com o diretor e a montadora do filme, Cristina Amaral:



Toy Story 3D

John Lasseter recebeu junto com seus amigos diretores da Pixar o Leão de Ouro em Veneza pelo conjunto da obra. Merecido... Coincidentemente, vi esta semana e iria comentar o aqui o documentário "Pixar Story" (2007, de Leslie Iworks), que apesar de chapa branca é muito bom, principalmente como relato da história da Computação Gráfica no cinema. O mais legal da notícia é que ele aproveitou o momento marquetoso para lançar o trailer de Toy Story 3, em 3D. Hilário. Tem mais no site do filme. Abaixo o trailer e depois a primeira parte do documentário citado disponível no YouTube.



sexta-feira, 4 de setembro de 2009

SEQ. 1 - BLOG DO TUCA INT/NOITE

Assim começa o roteiro de "Inglourious Basterds" de Quentin Tarantino:

1. EXT - DAIRY FARM- DAY
The modest dairy farm in the countryside of Nancy, France (what the French call cow country). We Read a SUBTITLE in the sky above the farm house;

CHAPTER ONE

"ONCE UPON A TIME IN...
NAZI OCCUPIED FRANCE"

This SUBTITLE disappears, and is replaced by another one;

"1941

One year into the German occupation of France". The farm consists of a house, small barn, and twelve cows spread about. The owner of the property, a bull of a man FRENCH FARMER, brings a axe up and down on A tree stump blemishing his property. However simply by sight, you'd never know if he's been beating at this stump for the last year, or just started today.


Onde encontrei? Basta acessar o Internet Movie Script Database (IMSDb). Lá você vai encontrar uma enorme coleção de roteiros catalogada em ordem alfabética e que podem ser lidos diretamente no browser.

Corta p/ letreiro

FIM

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Os Desajustados (1961) de John Houston. Elenco primoroso com Clark Gable, Eli Wallach e , Montgomery Clift e uma tristonha e indecifrável Marilyn Monroe. Apesar de feito no início da década de 60, todos os personagens soam, propositadamente, anacrônicos. Marilyn é uma ex-dancarina divorciada que não sabe o quer da vida; Gable um cowboy que caça cavalos selvagens para virar ração de cachorro; Wallach é um ex-piloto de avião com resquícios da guerra e Clift um peão de rodeio alquebrado... É nesse mundo moderno que estes personagens com ambições de liberdade não conseguem se ajustar... É como buscassem a liberdade dos cavalos que o velho cawboy teima em perseguir, esquecendo que a morte dos animais é, em última instância, a sua própria morte. Houston é um diretor esquecido pelas novas gerações e um gênio incontestável... Abaixo uma cena :



Segue uma parte do belo texto de Gian Luca disponível no site Cine Players:

"Escrito por Arthur Miller, o roteiro é praticamente a personificação da vida de Marilyn Monroe, sua mulher na época. A vida Roslyn se parece muito com a de Monroe, e quem conhece pelo menos um pouco a vida do maior ícone do Cinema, saberá que isso não é mera coincidência, Miller escreveu o papel especialmente para a esposa. Tanto Roslyn quanto Marilyn não tiveram a mãe por perto quando criança, na película dá-se a entender que a mãe de Taber vivia fora de casa por conta de um caso extra-conjugal (3 meses fora de casa é muito tempo para uma criança) e que seu pai fora ausente, já a mãe de Marilyn passou boa parte de sua vida internada em hospitais psiquiátricos, e ela nunca soube a verdadeira identidade do pai, o que levou a pequena Norma Jean a passar vários anos de sua vida em orfanatos. Ambas estão perdidas, Roslyn diz que não sabe o lugar ao qual pertence, e sua intérprete sempre dizia à imprensa que não pertencia a ninguém, apenas ao público (Norma Jean passou a vida toda tentando achar sua 'identidade', e quando se tornou Marilyn Monroe, essa questão se tornou ainda mais difícil); as duas também tiveram um casamento falido (no caso de Marilyn, dois) e por fim, Monroe tinha aversão ao mal tratamento de animais, assim como Roslyn.

Bastante diferente das louras burras que interpretou em filmes como "Os Homens Preferem as Loiras" e "O Pecado mora ao Lado", Monroe nos apresenta uma atuação primorosa, brilhante; talvez pelo fato da personagem ser tão parecida com ela, talvez pelo fato de que em 1961 Marilyn já tinha uma boa bagagem de trabalho, ou talvez pelas duas coisas. A razão realmente não importa, quando a vemos na tela, temos a certeza que Monroe conseguiu chegar aonde ela tanto almejava estar: no mesmo patamar de outras grandes atrizes, e com certeza ela teria ido mais longe, se não fosse pela sua morte prematura em 62. Com um visual mais 'desleixado' (se comparado a seus filmes anteriores) e um pouco mais gordinha (mas sem jamais perder seu natural sex appeal), seu olhar consegue exprimir com perfeição toda a angústia sofrida por Roslyn, mas ao mesmo tempo ela consegue abrir um sorriso, que como diz Gable: "parece que o sol acabou de aparecer". E Monroe era exatamente assim na vida real, sua mente sempre divida por uma linha tênue entre a tristeza e a felicidade, a tristeza vivida por Norma Jean Baker que a todo momento tentava apagar seu triste passado, e a alegria vivida por Marilyn Monroe, que tentou a todo custo mudar completamente de vida tal como mudou seu nome."

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A anti-narrativa de Alonso

Liverpool (2008) de Lisandro Alonso. Enfim consegui ver a mais recente película do diretor argentino e confesso que o diretor esgotou sua fórmula. Não que tenha me decepcionado, mas embora tenha imagens belíssimas a sensação de Dejà-vu imperou. A trama (ou não-trama) relata o percurso de Farrel, marinheiro que volta para Ushuaia, na Terra do Fogo, para recuperar um impreciso passado. Certo que li muitas críticas negativas como a de Raul Arthuso, que achei por demais contundente:
"Liverpool é obra de certo cinema pretensioso que não parece ter muita coisa a dizer e trabalha com a forma cinematográfica para criar uma pose de profundidade em meio às idéias vazias que utiliza, como o parnasiano poetiza apolineamente sobre o ferro de passar roupas de sua casa. "
Mas sou mais propenso a compartilhar o pensamento com a Revista Cinética na crítica de Rodrigo de Oliveira:
"Se é por aí que o diretor seguirá, pelo investimento mais dedicado às convenções de gênero, ou por algum outro caminho que radicalize algumas das mais potentes imagens que produzira anteriormente (em La Libertad sobretudo), isso é impossível antecipar. Mas Liverpool é o funeral consciente de um estilo, de um projeto de cinema e de uma visão do mundo. Retornar a ele seria negar ao filme sua maior qualidade: a de reconhecer a fragilidade de seus próprios métodos."
Abaixo trailer, depois o Making of em duas partes e, por fim, uma entrtevista com o diretor:









Interatividade !

Talvez esta seja a possibilidade mais próxima de interatividade que teremos a curto prazo... Veja ái o vídeo do E3 2009: Project Natal Xbox 360:

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Minimalismo

Sangre (2005) de Amat Escalante. Um post abaixo está o segundo filme do mesmo diretor, "Los Bastardos" (2008) e que, embora a crítica discorde, gostei mais. Aqui num registro mais lento e extremamente minimalista, a vida de um casal suburbano mexicano, Diego e Blanca, ele porteiro de uma repartição pública e ela garçonete de um fast-food nipônico. Blanca domina Diego e rejeita o pedido do marido em receber em sua pobre casa, para morar, a filha adolescente do primeiro casamento. Entre uma relação sexual e um capítulo de novela na TV a vida continua, até que... Bem... Vejam o filme que não tem trilha sonora e não faz falta. O próprio diretor reconhece a influência de Haneke em seus filmes. Interessante, ainda mais por se tratar de um diretor jovem. Segue o trailer e depois um trecho de entrevista do diretor disponível na Revista Pulp Movies:



¿Cómo surge entonces la idea de Sangre?

Escalante. Fue un proceso de dos años más o menos, de estar escribiéndola, pero sin una guía ni nada, yo iba así como ... todo bastante vago, terminé con muchas diferentes versiones de películas. Unas donde el punto de vista de la película era desde otro personaje, de la joven por ejemplo, una donde había narcotráfico y soldados, muy diferente, pero llegué a un punto que luego de elaborar tanto las cosas empecé a eliminar todo. Y me sentí muy bien eliminando, eliminando y ver qué era realmente lo que me interesaba y así fue como quedó la película. Fue un trabajo en que me tardé como dos años en hacer y luego el trabajo importante fue destruir ese trabajo que había hecho y lo queda es la película que filmé. También la destruí para hacerla más simple, porque era mi primera película, no tenía dinero y no tenía experiencia, quería hacerlo lo más sencillo que pudiera. Por eso es que realmente no uso música por ejemplo; hago parte de la película el no usar música pero también es porque la música significa dinero y significa saber usar la música y yo todavía no me siento tan seguro de poder usar música en una película. Yo creo que la música es potente por sí sola y una película es potente por sí sola, entonces mezclarlos aún no.

Esto le da un ambiente similar al de Haneke

Escalante. Sí claro, por eso me gusta Haneke, a él le gusta muchísimo la música también, pero le tiene muchísimo respeto, tanto respeto que no la mezcla tan fácilmente.

Un asunto de tu película que es muy impactante es la actuación, parece que llevaras al extremo total una especie de no representación de los actores, ellos se paran ahí frente a la cámara y dicen algo pero lo hacen de la manera más fría y distante. Incluso despreocupados de que están actuando.

Escalante. Es más bien una manera de actuar estilizada adentro de la película que ojalá tome su relación lógica dentro de la película. Es un riesgo también, porque mucha gente no está acostumbrada a eso, está acostumbrada a otro tipo de mala actuación. Esta es mala actuación también, pero ya la gente está tan acostumbrada a otro tipo de actuación que cuando les pones una cosa un poco más diferente, que yo creo que se aproxima más a la realidad, a mi realidad, porque yo con mi papá, con mi hermano hablamos como en la película, no tenemos que expresarnos como un actor. Yo ahorita estoy hablando contigo de una forma más actoral que con mi hermano. Cuando ya te puedes expresar tan bien no tienes que estar moviendo las manos y tratando de expresar tanto las cosas. Entonces eso funciona en [una relación] padre hijo y mujer marido, que tienen una relación que parece tal vez seca para nosotros, pero creo que si viéramos cualquier pareja creo que se acerca más a eso, a una pareja que ya lleva un rato y todo eso. No es ni incomunicación, es que ya no necesitan comunicarse tanto, porque ya saben qué, por eso es que funciona. Pero de todas formas eso lo agarré de Bresson, porque mientras dirigía la película tenía su libro este sobre los actores y notas sobre el cinematógrafo y pues de ahí me basé mucho en cómo hacer este tipo de actuación. Y es interesante porque puedes agarrar casi a cualquier persona, y la pones en frente de la cámara y puedes sacarle algo interesante. Lo difícil es encontrar a estas personas, que según yo, les falta como una cierta capa que la mayoría de la gente tenemos. Pues a estas personas les falta esta capa y se transmiten muy bien a la cámara, porque hay algo ahí, no que les falte, en el personaje principal por ejemplo hay algo, que a él lo puedes filmar muy bien, si lo ves normalmente en la calle no es lo mismo que si lo estás viendo detrás de una cámara, y eso fue lo que descubrí haciendo la película, que estas personas que escogí, y que por alguna razón escogí, me di cuenta que es un poco por eso, ellos tienen algo diferente y raro que se podría desprender hacia la cámara. No sé si esto tiene sentido.

domingo, 9 de agosto de 2009

Uma História Real?

Já comentei (veja aqui) o lançamento de Nome Próprio (Murilo Salles, 2007) com relação à sua forma de divulgação, que utilizou ferramentas de marketing da web para atingir seu público preferencial: jovens que usam a web para se comunicar. Esta semana vi a película e gostei muito. A estória em clima semi-documental da blogueira porra-louca vivida por Leandra Leal é um retrato de uma juventude que assumiu como confessora o espaço virtual da internet. Caso alguém tenha curiosidade de ver a primeira versão do roteiro, pode baixá-lo AQUI.
Abaixo o trailer e segue um texto do diretor explicando a gênese do nome do filme em seu blog.

No início, é o verbo. Tudo começa quando queremos fazer um filme novo. procuramos uma história. Eu começo sempre com uma questão. Sempre que estou procurando o que filmar uma questão se impõe para mim: fico procurando um tema para desdizer o destino terceiro mundista que nos é legado pelo 'pensamento' colonizador do primeiro mundo. Dizem que o nosso lugar é o da Barbárie. O que o colonizador/curador quer de nossos filmes? Que correspondam ao 'desejo' deles. Que afirmem a barbárie. Quero escapar desse lugar. Quero me revelar branco, preto, índio, brasileiro que sente angústia, preguiça e muito desejo de fazer as coisas do nosso jeito. E de não precisar de ninguém para avalizar isso de fora.

Descobri o livro "Máquina de Pinball", de Clarah Averbuck, lendo uma matéria da Córa Ronai sobre escritores que migravam da Internet. Achei então que a internet pudesse ser o meu tema, pois é um espaço que Brasileiros estão conquistando, fruto de uma nova individualidade que brota nos poros das grandes cidades. Sem complexo de nascença, sem problema de afirmação da origem, sem a culpa branca da origem, sem o pecado do lado de baixo do equador. Uma geração que simplesmente procura seu espaço identitário fora do complexo de vira-lata e da barbárie.

Foi por isso escolhi "Maquina de Pinball". Achei que tinha encontrado um tema! Mas, o livro, desafiador, me colocava um problema: precisava me encontrar ali dentro. Seu conteúdo tinha que fazer sentido para mim. Me debatia como a bola de pinball com essa dificuldade. A internet me empurrou para dentro da Máquina, mas não me identificava com seu conteúdo. Impossível. Ainda não estava preparado para estar ali. Nada fazia sentido.

Pedi a Elena Soarez que me ajudasse a descobrir o que existia no livro que me intrigava. Quando li o primeiro roteiro, percebi o que "Máquina de Pinball" me mostrava. Consegui enxergar Camila dizendo: me olhe, me veja, me sinta. Como no clássico do The Who. Uma MULHER. Elena me fez perceber a narrativa possível. E, então, as coisas foram ganhando sentido. Primeiro mergulhei ali dentro, me perdendo. Depois, para sobreviver, fui fazendo aquilo se tornar uma história, primeiro irreal, porque surreal, depois necessária. Uma raiva que virou tesão. Que tinha encontrado uma possibilidade de fuga, mas que ainda precisava de esfregação para se tornar uma história de verdade. Foi muita esfregação. Aprendi a me esfregar com Clarisses, com Hildas, com Cristinas, com Margaridas, com Espancas, com D'Avilas, com muitas mulheres - intensas mulheres que nos fazem temê-las por tanta intensidade, pois o campo 'estável' do masculino é prá fora. Homem não sabe muito bem o que é interioridade, melhor dito: ele teme a interioridade. Homem que é homem só encontra redenção na Vitória, conquistando, fodendo com outros homens, possuindo mulheres. Pobre coitado dos homens. Descobri que o tema da história que procurava era o feminino em sua complexidade, seu transbordamento. Para tal tarefa, com muito esforço e concentração, me tornei a melhor Camila. Eu sou a melhor Camila. Tinha que estar no filme, só assim viraria uma história real, ia ganhar sentido, identidade.

"Uma História Real" - foi com esse título que filmamos. Construindo narrativas, encontramos transcendência, podemos criar um espaço de redenção, de sonho, de realização.

Sim, acabei ao final de tudo, com todas as dolorosas esfregações me tornando algo que não sou, encontrando o meu desconhecido, meu heterônimo: Camila Lopes.

Mas, filme pronto, tudo isso passou a me inquietar. O nome do filme me trazia um desconforto ético, porque também não era uma história real, era só uma ficção. Descobri ao final de tudo que estava procurando um Nome Próprio.

Bastardos

Los Bastardos (2008) de Amat Escalante. Selecionado para a Mostra "Um Certo Olhar" de Cannes, o filme mostra inicialmente a rotina de mexicanos que vivem de sub-emprego nos EUA. Lá por um terço da película, dois deste trabalhadores, Jesús e Fausto (nomes apropriados), decidem dar uma guinada na estória e armados de uma escopeta invadem a casa de uma americana drogada-deprê de meia-idade. Paremos por aqui para não estragar a trama. O diretor nascido na Espanha mas que vive no México é protegido de Carlos Reygadas, (realizador já comentado aqui) e foi seu auxiliar de direção em "Batalha no Céu". O filme, a partir de certo momento lembra "Funny Games" de Michael Haneke. Abaixo leia o comentário de Eduardo Valente na Revista Cinética e depois o trailer:

"Escalante aqui une parte do que já trazia em seu primeiro filme (Sangre) do cinema de seu mentor e colaborador Carlos Reygadas, e soma um pouco com o que de pior nos dão o cinema de um Michael Haneke, de um Bruno Dumont, de um Ulrich Seidl. É a estética do refém levada à enésima potência, em que sempre sabemos o que acontecerá em cada plano (todos sempre belos, bem enquadrados, de longa duração e elegantes movimentos – afinal o mundo pode ser feio, mas o filme nunca): o pior que for possível. Para ilustrar tudo isso, Escalante faz questão de realizar um plano que se coloca o desafio de entrar na galeria dos mais dantescos da história do cinema (embora, para isso, use efeitos visuais inegavelmente fantásticos), e usa da lógica mais óbvia possível na sua composição: o que pode ser mais estúpido do que enquadrar seus personagens em situação humilhante do que colocar na trilha sonora fora de quadro um programa de videocassetadas? Pois é este o mundo segundo Escalante. "

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

“Software Takes Command”, o livro de Lev Manovich


Aqui neste link está prontinho para baixar o livro de Lev Manovich “Software Takes Command”(2008) . Para entender o conceito de Software Studies vou recorrer a texto disponível no “Blog Software Studies Iniative”:

“As pesquisas no Google, as recomendações da Amazon, as rotas aéreas, os faróis do trânsito, o e-mail e o seu telefone: nossa cultura funciona via software. De que forma o software molda o mundo?
O Software Studies é um novo campo de pesquisa intelectual que está começando a surgir. Cientistas sociais, filósofos, críticos culturais, téoricos da mídia e das novas mídias parecem hoje em dia compreender todos os aspectos da revolução da Tecnologia da Informação (TI), criando um número expressivo de novas disciplinas, tais como cibercultura, Internet Studies, Teoria das Novas Mídias e Cultura Digital. Contudo, a máquina que suporta e direciona quase todas esses campos - o software - recebeu pouca ou nenhuma atenção direta. O software é ainda invisível para a grande maioria dos acadêmicos, artistas e profissionais da cultura interessados em TI (Tecnologia da Informação) e os seus efeitos culturais e sociais. Mas se continuarmos a limitar as discussões críticas às noções de "ciber", "digital", "novas mídias" ou "Internet", estaremos em perigo por lidar somente com os efeitos e não com as causas. Corremos o risco de ficar observando somente os resultados que aparecem na tela do computador em vez de analisar os programas e as culturas sociais que produzem esses efeitos.”


Já comecei a ler... Boa leitura pra vocês !!!
!!! Em tempo: outra obra de referência sobre o assunto é “Software Studies” de Matthew Fuller. Abaixo está o o catálogo do FILE 2009 que é aberto pelo texto de Lev Manovich intitulado "NURBS theory about Cultural Analytics." Pra fechar, "A era da infoestética" entrevista de Lev concedida a Cícero Inácio da Silva e publicado na Revista Trópico sobre o livro de mesmo nome. Mais abaixo o vídeo com o workshop de Lev no FILE 2009 gravado em 30 de julho.

NURBS Theory | Teoria dos NURBS, por Lev Manovich

terça-feira, 28 de julho de 2009

Mangue Negro

Que "Fome Animal" (Peter Jackson) que... O terror Brazuca "Mangue Negro" (também conhecido como Mud Zombies) de Rodrigo Aragão é que é bacana... Com apenas R$ 50.000,00 o cara o cara aí embaixo no meio dos zumbis fez e aconteceu... Tá melhor que Robert Rodriguez.

Aqui sapeco a sinopse disponível no Blog "Boca do Inferno" (lá tem um montão de fotos também):

"MANGUE NEGRO mostra uma contaminação zumbi que se espalha pelo mangue, transformando pescadores de uma comunidade pobre em monstros devoradores de carne humana. Parece simples, mas a história se desenvolve através de várias linhas narrativas, acompanhando paralelamente as situações envolvendo diferentes personagens, como se o espectador estivesse testemunhando episódios dentro de uma trama maior. Finalmente, estes personagens e episódios se cruzam, e todos passam a lutar juntos pela sobrevivência - uma possibilidade cada vez mais distante."

Na FOLHA saiu esta matéria: (Só para assinantes):

A idéia é tão boa que só mesmo o terror que é fazer um filme no Brasil explica ela não ter sido executada antes: um manguezal destruído pela poluição acaba contaminando os pescadores que nele se sustentam, transformando-os em zumbis.

Esse é o mote de "Mangue Negro", longa de terror que o capixaba Rodrigo Aragão, 31, gravou no quintal de sua casa, numa aldeia de pescadores de Guarapari (ES), com uma equipe técnica de sete pessoas e R$ 50 mil conseguidos com um amigo produtor, sem leis de incentivo ou patrocínio.

"Meu pai era dono de cinema e mágico, meu irmão é artista plástico. Comecei a fazer maquiagem com coisa de cozinha quando era criança, com 12 anos já assustava minhas tias. Sozinho, fui me aperfeiçoando, virei o doido do bairro", conta.

Aos 17, trabalhou em seu primeiro filme profissionalmente, como maquiador de efeitos. Em 2000, montou o projeto "Mausoléu", espetáculo teatral de terror, itinerante, que rodou por Minas, Espírito Santo e Bahia. "Desmaiamos 19 pessoas em dois meses em BH."Quando o projeto acabou, voltou a Guarapari e começou a fazer curtas independentes, como o "Chupa-Cabras" --feito com R$ 300, em um fim de semana, disponível no YouTube.

No site do filme tem zilhões de informações e vídeos de making of... Passa lá... Aqui vão o trailer oficial e um dos vídeos:




sexta-feira, 24 de julho de 2009

Banda larga esportiva...

Sexta-feira nunca foi de jornada esportiva... Mas agora é !!! As imagens abaixo são de uma sexta-feira chuvosa com quatro jogos rolando... Nunca houve tanta oferta de produtos audiovisuais esportivos... Quatro jogos rolando ao vivo e Sergio Bruno Trivelato no comando: um na tv a cabo e o resto pela web... O vídeo foi gravado em minha humilde casa... Isso diz muita coisa. Web Rulz !!!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Do que gostam os adolescentes da era digital?

Replico aqui texto enviado por mail pelo meu amigo Lauro Teixeira sobre o estudo "How teenagers consume media":

"Quase não se fala em outra coisa desde que a Morgan Stanley divulgou os resultados de um estudo encomendado a um estagiário de 15 anos na Inglaterra. Matthew Robson pesquisou com seus amigos e colegas para descobrir os hábitos dos adolescentes. Os resultados da pesquisa são bem interessantes e devem ter grudado uma pulguinha atrás da orelha dos executivos mais interessados nos consumidores futuros. Pelo que se vê, os resultados não ficam longe do padrão adolescente brasileiro – e, de fato, do padrão mundial, com pequenas variações."

Abaixo o texto completo com os resultados do estudo (em inglês):

How Teenagers Consume Media

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Globalização

O Albergue Espanhol (2002) de Cèdric Klapisch . Quem disse que entretenimento não pode ser "cabeça"? Filme envolvente onde um jovem francês, Xavier, precisa aprender espanhol para garantir um emprego como economista e resolve participar do Programa Erasmus para conseguir uma bolsa de estudos em Barcelona. Lá, depois de sofrer pela falta de domínio do idioma e de lugar para ficar, instala-se enfim numa "república" com mais cinco jovens de diferentes nacionalidades européias. Tratado sobre identidade, a película é altamente recomendada e divertida. Abaixo um texto do diretor disponível no blog Webcine.com.br e depois o trailer.

"A idéia de fazer Albergue Espanhol surgiu há cerca de 10 anos. Minha irmã estava participando do programa de intercâmbio Erasmus em Barcelona e, quando fui visitá-la por uma semana, ela dividia um apartamento com cinco pessoas, cada uma de um país diferente. Quando me dei conta do quanto era divertida e fértil essa situação em termos dramáticos, resolvi fazer um filme sobre o tema.Nessa época eu tinha trabalhado por dois anos no roteiro de um filme sobre um assalto. Tudo estava preparado, porém, o projeto teve de ser adiado por quatro meses. Decidi tentar fazer outro filme enquanto aguardava, mas para isso teria de escrever o roteiro em duas semanas. Sentei-me para escrever e, 12 dias depois, tinha concluído Albergue Espanhol.Juntamente ao Bruno Levy, o produtor, e com Romain Duris, o ator em quem sempre pensei para interpretar Xavier (já tínhamos trabalhado juntos quatro vezes), viajei pela Europa em busca do elenco. Fomos a Copenhague, Roma, Londres, Berlim e Barcelona, e conhecemos cerca de 20 atores em cada lugar. Escrevi uma pequena "cena de ensaio" para cada personagem, e com o tempo esses testes foram se tornando novas cenas do filme. No decorrer desse processo, reescrevi o roteiro e recriei os personagens com base em idéias que os atores me inspiraram.De fato, o enredo do filme foi surgindo a partir das pessoas que eu ia conhecendo. Como a maioria dos roteiristas, normalmente trabalho ao contrário: crio os personagens e depois saio em busca de atores para corporificá-los. Neste caso, porém, me pareceu importante fazer o inverso. Eu não queria em hipótese alguma fazer caricaturas de qualquer cultura européia. Então, por exemplo, em vez de criar "o personagem italiano perfeito", conheci Federico D'Anna, que considero bem italiano de um modo peculiar, único, e ele se tornou "o personagem italiano" do filme.Barcelona também influenciou o roteiro, pois à medida que eu procurava locações na cidade, várias cenas surgiam em minha imaginação pelo simples fato de descobrir algum lugar especial. O roteiro foi construído propositalmente como um caldeirão cultural composto de sonhos, recordações, imagens, ambientes e histórias que estudantes que participaram do programa Erasmus me contaram. Essa "mistura" se tornou Albergue Espanhol.Acho que o tom do filme expressa a confusão desse momento em que se tem 25 anos e não se sabe ao certo o que se quer fazer da vida, por quem se apaixonar, se é melhor cursar uma faculdade ou aprender sobre a vida de outra forma. Essa época normalmente é confusa e, através de Xavier, tentei expressar essa confusão de forma leve e engraçada.À medida que fazia o filme, eu aprendia, junto ao Xavier, que seguir os desejos mais inconscientes e os impulsos desordenados é uma boa maneira de crescer e de viver com liberdade. No final, surgiu um filme não apenas sobre juventude, viagens e diversidade, mas também sobre o encontro dessa liberdade."

O buraco no muro

Comentei com alguns amigos sobre o experimento de um pesquisador hindu, Dr. Mitra, que colocava computadores à disposição de crianças de comunidades carentes e, rapidamente, elas aprendiam a usar a máquina e a navegar na Internet. O Experimento foi denominado " O buraco no muro" e aqui vai uma reportagem sobre o assunto que achei no YouTube. Vale a pena conhecer.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Web HD

Le Parkour (por vezes abreviado como PK) ou l'art du déplacement (em português: arte do deslocamento) é uma atividade com o princípio de se mover de um ponto para outro da maneira mais rápida e eficiente possível, usando principalmente as habilidades do corpo humano. Esta é a definição da wikipedia... Existem vários vídeos sobre esta técnica de deslocamento no YouTube, mas as imagens em HD de uma São Paulo, vista em ângulos inusitados, vale a pena. Veja no site vimeo.com/hd o filme Samparkour. Caso não tenha banda "larguíssima", tenha pelo menos paciência: espere "carregar e depois veja em tela cheia. Vale a pena. Aqui vai:

SAMPARKOUR from Wiland Pinsdorf on Vimeo.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Espectro do Cinema Argentino

Fantasma (2006) de Lisandro Alonso. O diretor argentino é acima de tudo ousado... Sim, mais ousado que autoral. Apenas uma dica: Antes de ver este filme é imprescindível ver ou conhecer "Los Muertos" do mesmo autor. O filme mostra básica e lentamente o ator Argentino Vargas ( o nome diz tudo), protagonista de "Los Muertos" no hall e corredores do Teatro San Martin esperando a estréia do filme no qual atuou, ou seja, "Los Muertos". Quando inicia-se a projeção estão lá ele e meia-dúzia de gatos pingados... Meta-linguagem? Metáfora do dito "Novo Cinema Argentino?" Quem é o morto ? Quem é o fantasma? Enfim: um tipo de cinema difícil, que prescinde das palavras e que me atraí. Abaixo o trailer e depois um texto furtado do Blog Perro Andaluz. Leia aqui uma entrevista com o cineasta na Revista Contracampo.



Su extraña naturaleza puede llevarnos fácilmente a un juicio negativo del film, ya sea por su escasa autonomía o por su hipotético oportunismo (de este lado han venido más bien los reparos). Ambos argumentos son perfectamente asumibles. Sin embargo Fantasma también puede leerse como una reveladora reflexión sobre las vanguardias y sus engañosos artefactos de no-ficción (resulta difícil negar lo idóneo del lugar escogido para el rodaje), una especie de confesión (“desmonten el mito: todo lo que vieron es tan falso como lo que ahora contemplan”) que se atreve a jugar de nuevo -y a convencernos de nuevo- con las mismas artimañas pasadas. ¿Acaso no resulta lúgubre y oscura la imagen de Vargas observando esa cajita de música, con una inocente mirada infantil de fondo? (...) Por algún motivo esta idea no gustó a los programadores de Cannes. Y ahora, en cierto modo, Alonso ha recuperado en su tercer largometraje esa vieja idea, la voluntad de romper drásticamente con cualquier presunción documental. La diferencia es que esta vez no es un plano, sino toda una... ¿película? Una vez más, la sentencia de Magritte: “esto no es una pipa”.

domingo, 21 de junho de 2009

PUNK !!!

The Filth and the Fury (2000) de JulienTemple. Realmente o punk não morreu. Este "rockumentary" é um bela versão "oficial" ou "chapa branca" da história do Sex Pistols, um vez que é contada pelos mebros da banda, inclusive o chapado e finado Sid Vicious. Existe tempo até para ouvir as relevantes asneiras de Nancy Spungen, namorada de Syd, que corrobora a tese de que sempre existiu (e existirá) uma baranga para ajudar acabar com uma banda... Nesta história o empresário Malcolm McLaren não tem vez e é o "Judas" de plantão. No site oficial da banda podem ser acessadas as informações mais recentes da banda, como inclusão do Sex Pistols no MySpace . Abaixo o trailer do filme e depois trecho de texto surrupiado do blog dvdpt.com .



“Julien Temple era ainda aluno na escola de cinema quando ouviu pela primeira ver a música dos Sex Pistols que saía de um armazém em Beaconsfield, Hertfordshire. Tratava-se de uma canção dos Small Faces, mas em vez de cantarem "I want to know I love you" gritavam "I hate you". Pediu uma câmara emprestada e começou a filmá-los. A maioria do que filmou integrou-o no seu primeiro filme, "The Great Rock'n' Roll Swindle", que foi logo considerado mais como um veículo de promoção do agente Malcolm Mclaren do que a visão do grupo. O filme foi apresentado ao público em 1980, dois anos depois do fim da banda e um ano após a morte, por overdose de Sid Vicious. Mas para os elementos da banda, nem este filme nem "Sid and Nancy", realizado em 1986 por Alex Cox cum Gary Oldman. eram de facto representativos do grupo que esteve por trás do movimento "punk". Agora, muitas das imagens originais, algumas das que foram rejeitadas e material vindo de outras fontes fazem de "The Filth and the Fury - Sex Pistols o Filme" o verdadeiro retrato de um grupo, como nenhum outro, representante do descontentamento das classes trabalhadoras e da rebelião dos tempos, e não apenas um produto manufacturado como o seu manager pretendia.”


Vi recentemente "Classic Albuns: Never Mind The Bollocks - Sex Pistols", série que retrata faixa a baixa a produção de ábuns clássicos e é um interessante contraponto para o documentário de Temple, até porque dá voz à soberba de Malcolm MacLaren. Como citado no texto acima é imprescindível degustar "Sid and Nancy", realizado em 1986 por Alex Cox, que que pode ser visto no YouTube, mas não incorporado neste blog mediante solicitação da produtora. O trailer não pode, mas a primeira parte do filme pode... Vai entender...