sábado, 31 de janeiro de 2009

Será que vem?

Copio aqui o link de um vídeo ( que não consegui incorporar no blog) sobre a exposição sobre o Mestre Hitchcock que está em exibição no Museu de Cinema de Berlim. Será que virá para Pindorama? Oremos a Tupã... Enquanto a exposição não baixa por aqui vejam a participação de Hitch no Programa da TV americana "What's my line" onde podemos compartilhar de seu fino senso de humor:

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Fora de quadro

Código Desconhecido (2000) de Michael Haneke. Filme lento e contemplativo do diretor de Funny Games, agora refilmado pelo próprio realizador austríaco em versão hollywoodiana (se é que o tema original permite...). De volta ao código...Gostei muito deste tipo de cinema raro hoje em dia... Leia abaixo a sinopse publicada no programa de um ciclo sobre o diretor em Curitiba :

Paris: num bairro pluriétnico cruzam-se Anne (Juliette Binoche), actriz de teatro que aspira a fazer cinema, Amadou (Ona Lu Yenke), um jovem professor africano de surdos-mudos, e Maria (Luminita Gheorghiu), uma mulher romena que está clandestina. Que há de comum entre eles? Às vezes coincidem no espaço, como no primeiro quadro, em que Anne e Amadou se sentendem, pois ambos fazem uma leitura diferente da humilhação a que Jean, o jovem cunhado de Anne, num gesto de crueldade, sujeitou Maria, a mendiga. Nunca mais voltarão à fala.

No dossier de imprensa distribuído em Cannes em 2000, quando «Código Desconhecido» foi exibido no Festival, havia um texto de Michael Haneke com algumas perguntas que procuravam «evocar o clima intelectual que tinha dado origem ao filme». Vale a pena reproduzi-las, até porque subjazem a toda a obra cinematográfica do austríaco:

1. A verdade é a soma das coisas vistas e ouvidas?
2. A realidade é representável?
3. O que é que, aos olhos do observador, torna o objecto representado verdadeiro, credível ou, mais precisamente, digno de ser acreditado?
4. Qual é a responsabilidade do marionetista se a marioneta imita perfeitamente a vida real?
5. No domínio das imagens animadas, a ilusão e a mentira são gémeas ou simplesmente aparentadas?
6. As respostas são mentiras?
7. As perguntas são respostas?
8. O fragmento é a resposta estética ao carácter lacunar da nossa percepção?
9. A montagem é a simulação da totalidade?
10. Até que ponto o que está ausente pode ser contado pelo que está presente?
11. A precisão é uma categoria estética ou uma categoria moral?
12. A alusão pode substituir a descrição?
13. O «off» é mais exacto que o «on»?

Veja aqui o artigo de Marcelo Esteves intitulado "Para além do que se vê: o uso do fora-de-quadro em Código desconhecido, de Michael Haneke" publicado na Revista AV - Audiovisual. O autor é Professor de Roteiro do Curso de Cinema e Vídeo da UNISUL – Universidade do Sul de Santa Catarina e Mestrando em Teatro pela UNIRIO – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Abaixo o trailer:

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

100

Los Muertos - Lisandro Alonso , 2004. Esta é minha centésima postagem... Vamos lá... Filme estranho com gente esquisita... mas cativante que, em pelo menos duas cenas, ficamos assombrados; o sexo com a prostituta e a morte do cabrito (que me lembrou "Cannibal Holocaust", mas só esta cena)... No mais, um belo filme que me convida a ver os outros filmes do diretor argentino. Pela pressa da postagem faço minhas as palavras do Blog Cinecasulofilia :
"O nome de Lisandro Alonso ainda é muito pouco conhecido no Brasil. Aos trinta anos e três filmes no currículo (A Liberdade, Os Mortos e Fantasma), o diretor já é considerado um dos principais expoentes do cinema argentino contemporâneo. Os Mortos, seu segundo filme, foi exibido na Quinzena dos Realizadores no Festival de Cannes em 2004. É um grande filme, que nos lembra de imediato do cinema de Carlos Reygadas, especialmente de Japón. Alonso também procura um mergulho íntimo, um cinema existencial, ao longo de uma América Latina interior, só que o faz sem a opulência do diretor mexicano. Em Os Mortos, há uma busca por uma simplicidade, um certo minimalismo, em que o silêncio e o cinema de observação são os principais pilares.A narrativa de Os Mortos é um fiapo de história e que desestabiliza o espectador, que só conhece os traços narrativos sempre a posteriori. Um homem num lugar estranho que só depois percebemos que é uma prisão. Sua saída da prisão e a viagem para algum lugar que só depois descobrimos ser a casa de sua filha. Seu percurso na estrada. Como típico cinema contemporâneo, a busca de Alonso é por um cinema que procura “mostrar” ao invés de “narrar” e por um personagem que é o que ele esconde e não o que ele representa. O resultado é um filme de enorme força interior, de planos longos, em que o percurso desse homem em sua volta como sinal de busca a uma condição de origem é associado a uma reintegração com a natureza. É um cinema contemporâneo pela forma orgânica como tempo e espaço se articulam, um filme sobre um percurso geográfico, temporal e íntimo desse homem em busca de si mesmo, em busca da possibilidade de continuar vivendo, de tentar deixar para trás esse passado perdido. É acima de tudo o percurso de um homem duro que busca voltar a encontrar sua família, seu lar.Aqui não há psicologia, “regresso poético”, ou “representação de um discurso”, há simplesmente esse cinema descritivo das ações e dos passos desse homem voltando, e quão forte é esse cinema por se prender ao que é essencial dessa busca e não se perder pelas firulas e pelos efeitos narrativos!É uma pena que o cinema de Lisandro Alonso seja praticamente desconhecido no Brasil. Os Mortos, produzido na vizinha Argentina, é um filme fundamental para quem se debruça sobre o que de melhor está se fazendo em termos de cinema contemporâneo."




segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Filmes do Domingão...

Slumdog Millionaire de Danny Boyle (2008) - De longe o melhor filme do dia... do ano, por enquanto. O diretor britânico narra à la Bollywood a trajetória de um jovem hindu que participa de um programa tipo "Show do Milhão". A estória envolvente e a edição ágil me lembraram vagamente "Cidade de Deus". O Filme levou 4 Globos de Ouro: Filme dramático, roteiro, direção e trilha (realmente bacana...). Grande aposta para o Oscar. Veja resenha aqui no Blog "Deus  Salve a Rainha". 



Ensaio Sobre a Cegueira de Fernando Meirelles (2008) - O filme baseado na obra de Saramago é um tanto sombrio e as imagens filmadas numa São Paulo suja e caótica impressionam. Um filme menor de Meirelles. Aqui o blog do filme, abaixo o trailer.



Casa da Mãe Joana (2008) de Hugo Carvana.  Um grupo de amigos malandros (todo o elenco é global...) vivem de aplicar golpes e quando tudo dá errado não resta mais nada a fazer a não ser trabalhar... Carvana continua a saga iniciada em "Vai Trabalhar Vagabundo" e faz uma comédia deliciosa. Destaque para Agildo Ribeiro no papel de um Comendador aposentado que se veste de mulher... Diversão garantida e politicamente incorreta.


quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Playing for Change

Este é o nome do movimento que conecta pessoas do mundo todo  através da música. Para entender melhor como o negócio funciona acesse o site do movimento e também o canal no YouTube. O que achei muito legal são os vídeos produzidos que, através de uma edição impecável, mostra músicos de rua de várias partes do planeta, cantando "Stand by me", música eternizada em pelo menos duas versões inesquecíveis: Ben E. King e... John Lennon. Aproveitem o vídeo. Sinceramente, achei emocionante.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Pais e Filhos... ou... Filhos e Pais...

Esta foi a matéria que foi manchete no Jornal da Cidade de Bauru hoje. Estamos aí eu e Juca, meu rebento, ilustrando o texto sobre a relação entre pais e filhos, inclusive no mundo virtual. Depois desta manifestação de corujice explícita você pode conferir a matéria completa no site do JC. Ainda para aqueles que gostariam de ler mais sobre o assunto recomendo o livro de Don Tapsscott intitulado: "Growing up digital -The rise of net generation" - Veja aqui o site com boa parte do livro  e abaixo transcrevo o texto surrupiado do site português de Rute F. Silva.  Mais pro final do post uma entrevista com o cidadão falando sobre o assunto.
 
Nova geração, nova cultura 

No livro Growing up Digital, Don Tapscott caracteriza a cultura da geração Net segundo dez pontos-chave: 

1- Forte sentimento de independência e autonomia, que resulta do papel activo que os seus membros desempenham enquanto investigadores de informação e não meros receptores passivos. 

2- Maior abertura emocional e intelectual. A geração Net mostra os seus trabalhos a uma ampla audiência, e dada a natureza do meio onde estão expostos, o seu trabalho, a sua vida e as suas 'vidas on-line' estão abertas à critica. Na internet a expressão pessoal é uma prioridade. 

3- Um cultura de proximidade. A Net encoraja a passar-se de uma orientação local ou nacional, para global. Contudo, os membros desta geração não excluem as comunidades físicas. 

4- Para esta geração, o acesso à informação e a expressão de opinião são direitos fundamentais. A geração Net insiste na tolerância pela diversidade, o que beneficia a sua afirmação individual. 

5- Inovação. Os membros desta geração estão constantemente à procura de formas para fazer melhorar e aperfeiçoar as coisas, ultrapassando por vezes o vanguardismo de alguns produtores de software. 

6- Afirmação da maturidade. A geração Net quer ser reconhecida como mais madura. O uso dos media digitais permite a esta geração falar para os adultos de igual para igual. "Quando estou a utilizar o computador, ninguém sabe se sou ou não adulta. A partir da primeira impressão, já posso dizer-lhes que tenho 14 anos. Assim sou muito mais respeitada", afirma Eric Mandela, uma das adolescentes consultada por Tapscott. 

7- Espírito de investigação. A cultura da geração Net caracteriza-se por um forte espírito de curiosidade, de investigação e de poder para alterar as coisas. Para eles, não é suficiente ser capaz de utilizar os links, eles querem ser capazes de os criar. 

8- Imediatismo. A interactividade e a rapidez da Net alterou o processo de comunicação, o mundo da geração Net é um mundo em tempo real. 

9- Uma extrema sensibilidade, sobretudo às estratégias empresariais. "A promoção exagerada é pura e simplesmente odiada. O envio de mensagens não solicitadas é particularmente odiado. Qualquer tentativa de vender coisas no meio dos grupos de discussão é cortada pela raiz. Eles só darão atenção ao que se quiser fazer passar se isso lhes der algum valor acrescentado", afirma Howard Rheingold, Howard Rheingold, autor que desenvolveu o conceito de 'comunidade virtual'. 

10- Autenticação leva à confiança. Por causa do anonimato, acessibilidade, diversidade dos conteúdos disponíveis na Internet, as crianças devem continuamente questionar e autenticar aquilo que ouvem e que vêem.


sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Bom e Velho Tio Clint !

O cinema comercial americano anda tão chatinho que um filme menor de Clint Eastwood é uma dádiva. Em "Gran Torino" (2008) Clint vive magistralmente Walt Kowalski, um rabugento vetereno  da Guerra da Córeia que mal fala com os filhos e netos, que também não fazem nada para agradá-lo e que esperam sua morte para herdar o carrão ano 72 que dá nome ao filme...  O fato é que na casa ao lado, do subúrbio agora habitado por gangues e imigrantes, vai morar uma família de... Coreanos... Intrigas racistas e confrontos dão a tônica até a redenção... Segundo o próprio Clint: “Eu sou um nojento no filme. Vivo um racista de verdade… É a hora certa pra eu fazer algo assim porque, você sabe, o que vão fazer comigo agora, depois dos 70? Mas o filme tem elementos de redenção. Uma família hmong se muda para a casa ao lado e ele esteve na Coréia, despreza asiáticos e para ele são todos iguais. Mas eles se tornam amigos - ele precisa disso pois não tem contato com a sua própria família” . Filme acima da média. Já baixei o outro filme de Clint em 2008: "A Troca". Deve ser o próximo post. Abaixo o trailer: