quinta-feira, 27 de maio de 2010

Para entender a Banda Larga no Brasil

Silvio Meira estreou uma coluna no Caderno Mercado da FOLHA , já dentro de seu novo projeto editorial tão criticado pelo Alex Primo (veja AQUI). O fato é que em sua primeira escritura o famoso pesquisador discute o famigerado Plano Nacional de Banda Larga, o PNBL, e argumenta que Pindorama vem perdendo espaço no cenário mundial por crescer menos no setor do que os países concorrentes. Como ponto de partida toma o "Comunicado 46" do IPEA publicado em 26 de abril de 2010 e intitulado "Análise e recomendações para as políticas públicas de massificação de acesso à internet em banda larga" (download AQUI), indispensável para compreender a situação da internet no país. Antes de ler o documento, aconselho ouvir os comentários de Meira no site da CBN (logo abaixo) , onde, entre outras coisas, banda larga é conceituada como o oferecimento de serviços de internet que apresentam as seguintes características: conexão permanente, preço fixo, alta velocidade e qualidade. Aproveite enquanto a conexão não cai...

domingo, 23 de maio de 2010

Dá-lhe Sergio Leone !!!



















Para entender o Western Spaguetti ou como chamamos por aqui o Faroeste Italiano o cartunista francês Marcel Gotlib publicou na Revista PIAUÍ uma história em quadrinhos que define o gênero. Simplesmente IMPERDÍVEL.

(depois clique na imagem carregada para aumentá-la)



Filhote

Filmes com temática gay tendem a ser estereotipados... Não é o caso de "Cachorro" (Espanha, 2004) de Miguel Albaladejo, que no Brasil recebeu o correto nome de "Filhote". Aqui o tema é desenvolvido com sutilieza e dentro de uma aparente normalidade onde ninguém "precisa sair do armário" para tudo correr bem. Vejamos a sinopse surrupiada do Blog La Butaca, em sua edição sobre o Festival de Berlin de 2004:

Pedro (José Luis García-Pérez), un atractivo dentista homosexual, desinhibido en sus relaciones y sin más responsabilidades que para con él mismo, se compro-mete a cuidar durante quince días a su sobrino Ber-nardo (David Castillo), un niño de 11 años con el que hasta ese momento no ha tenido mucha relación. El niño es hijo de Violeta (Elvira Lindo), la hermana de Pedro, una hippie trasnochada que ha decidi-do hacer un viaje por la India con su nuevo novio. Pedro cambia su compor-tamiento temporalmente para que su sobrino no perciba su carácter y ritmo de vida, de la misma manera el niño tiene una actitud de lo más natural, como si estuviera en su propia casa, sin incordiar ni entrometerse en nada. Pero un giro brusco transforma sus vidas cuando le comunican que su her-mana y su novio han sido detenidos en la India y que Violeta deberá pasar los próximos años en la cárcel. Ahora Pedro tendrá que enfrentarse a un montón de cosas inesperadas para él (colegio, educación etc ...). Poco a poco la relación se hará más estrecha, a base de cariño, afecto y amis-tad, algo que Pedro nunca había tenido con nadie que no fuera con él mis-mo. Todo es perfecto hasta que Dª Teresa (Empar Ferrer), la abuela pater-na de Bernardo, aprovecha la ausencia de Violeta para ver al crío y hacerle algunos chantajes sentimentales. La educación de un crío a su parecer no puede estar en manos de un homosexual."

O fato é que o diretor buscou um ponto de vista onde os temas abordados são vistos com naturalidade e com um certo humor latino, muito presente em nosso cotidiano. Sinceramente não tem como não ver ecos deste filme no premiado curta brasileiro "Café com Leite" (2007) de Daniel Ribeiro. Esqueça " O Segredo de Brokebeck Mountain" (Ang Lee, 2005) e fique com este filme menor, despretensioso e infinitamente melhor. Abaixo o trailer e depois os comentários do diretor disponíveis no site espanhol La Butaca.




Comentarios del director Miguel Albaladejo

«Creo que a nadie se le escapa que en estos últimos años estamos asistiendo a una especie de desembarco de películas con temas o personajes homosexuales, supongo que como un primer paso necesario hacia una deseable normalización del asunto. Algunas de ellas (Liana, de John Sayles, Entre tinieblas y La ley del deseo, de Almodóvar, Abrete de orejas, de Stephen Frears, o Juego de lágrimas, de Neil Jordan, por poner algunos ejemplos) han conseguido deslumbrar por la emoción, la sinceridad, la audacia y la originalidad con que estaban construidas sus historias y retratados sus personajes.

Pero, por el contrario, la corriente mayoritaria de ese supuesto cine gay tiene la limitación, a mi manera de ver, de que parece pensado para satisfacer unos cuantos estereotipos confortables: el homosexual ideal, guapo, culto, sensible, romántico, o, por otra parte, el gracioso con mucha pluma, ambos tipos amigos fantásticos para las chicas. Otro grupo importante de películas se limita a hacer comedia, a veces muy burda, con esos mismos estereotipos. Y, por último, están las que se centran en exponer una serie de problemas que se asocian fácilmente con la homosexualidad: la dificultad para asumir esa condición sexual, la discriminación, los amores no correspondidos o el mazazo del SIDA.

Como todo esto ya empieza a estar muy visto hay que ir pensando en nuevas historias, en personajes que se salgan de los retratos robot, en conflictos más complejos. En “Cachorro” nadie tiene ninguna dificultad especial para asumir su orientación sexual, hay amores no correspondidos, pero porque al protagonista le da la gana que así sea, y el sida aprieta pero no ahoga (el peor mazazo es que los que no lo padecen lo utilicen como arma arrojadiza).

Y, encima, como colofón, hay que cuidar de un niño. Y no porque sea un derecho por el que lucha el protagonista (no es una película sobre héroes combativos que reclaman igualdad en todos los aspectos, o sea, no hay parejas de hecho ni leyes de adopción), sino porque la vida es muy complicada y a veces, muchas veces, hay que remangarse y ponerse a trabajar duro para sacar adelante las cosas que nos van llegando.

“Cachorro” quiere ser una historia de aprendizaje sentimental, de desconcierto, de vida sexual desenfrenada pero bien compaginada con la responsabilidad de cuidar a un chiquillo, de niños que enseñan cosas a los adultos y adultos que no saben qué podrían enseñarle a un niño, de equívocos absurdos y cómicos y de encrucijadas terriblemente dolorosas, de la vida y del compromiso con la vida, con la de uno mismo y con la de los que nos necesitan.»

sábado, 22 de maio de 2010

Setenta milhões em ação...


Vejam só que luxo o agasalho retrô da Seleção Brasileira de meu amigo Zeca Marques, flagrado depois da gravação do "Observatório do Esporte" , programa de esporte "cabeça", veiculado toda sexta-feira, a partir do meio-dia e quinze na Rádio UNESP FM e capitaneado por Tuca, Brunão e Zeca (foto). Na foto abaixo a equipe de produção quase completa...


Tudo pode dar certo... ou ... Descurtindo a vida adoidado...


O novo filme de Woody Allen é uma delícia... De volta a Manhattan e a divagar sobre questões existenciais ( o que Allen faz muito bem.... vide " A última noite de Boris Grushenko") o diretor constrói uma comédia agridoce que nos encanta durante a projeção. Assim como Ferris Buller, personagem de "Curtindo a Vida Adoidado", comédia desprentensiosa e genial, dirigida por John Hughes e protagonizada por Matthew Broderick (1986) , o personagem principal de Allen, Boris, genialmente representado por Larry David (um dos autores de "Seinfield" e mais Allen que o próprio Allen) , volta e meia vira-se para a platéia e comenta suas ações... Boris é um amargurado, turrão e mal-humorado físico que "perdeu" o Prêmio Nobel e vive de desprezar a vida comum da maioria dos mortais, até que... Bem, melhor ver o filme... Altamente recomendado. Abaixo o trailer:


Sorria meu bem, sorria!!!

O famigerado game "PAC MAN" completa 30 anos de idade e ganha como homenagem os holofotes da página de pesquisas do Google. Homenagem sincera e justa para este "trintão", que ainda seduz gerações. Vamos comemorar jogando com nosso filhos. "Long live PAC MAN"!!! Abaixo informações surrupiadas do R7:

" O Google lançou nesta sexta-feira (21) uma versão especial de sua página de buscas em homenagem aos 30 anos do jogo Pac-Man. O internauta que acessar a página do serviço de buscas – a mais visitada do mundo – poderá jogar o game. Basta clicar no botão “insert coin” (inserir ficha), que substitui o recurso “estou com sorte”.

O Pac-Man fez grande sucesso pelo mundo principalmente durante a década de 80.

A novidade fica no ar até o meio-dia do próximo domingo (23), quando volta a ser exibido o logotipo colorido da empresa. Durante dois dias qualquer pessoa tem a chance de “zerar” o joguinho disponível em 256 níveis de dificuldade.

Os movimentos do pac-man são comandados pelas setas do teclado. Para jogar com dois personagens (um masculino e um feminino - com lacinho vermelho) basta clicar duas vezes no botão que ativa o game. Dessa maneira, os movimentos são comandados também pelas teclas "A", "D", "W" e "S".

Abaixo um vídeo que mostra a comemoração e depois um ponto de vista diferente sobre o jogo...




domingo, 9 de maio de 2010

Matinê

Matinê do domingão: "Silver Lode" (1954)conhecido no Brasil como "Homens indomáveis". Allan Dwan (1885 - 1981) não é um cineasta muito lembrado. Foi o diretor de "As areias de Iwo Jima" , com John Wayne e mais de 400 filmes. Aqui trabalha num registro próximo de "Matar ou Morrer" e numa trama mais para o suspense do que para um faroeste clássico. Aqui a sinopse do Cine review: Um respeitado cidadão de uma cidade do interior é preso durante seu casamento sob a acusação de ter matado seu irmão e pelo roubo de grande quantia de dinheiro. Sua inocência fica cada vez mais difícil de ser provada, após a desconfiança do povo. Abaixo o trailer:

Esporte cabeça


Acima a foto da noite de abertura do IV Seminário do GECEF - Grupo de Estudos em Comunicação Esportiva e Futebol, que aconteceu no campus da UNESP em Bauru- SP de 03 a 05 de maio de 2010. Na foto estão da esquerda para a direita Fábio Franzini (UNIFESP) , Tuca (este que vos bloga, que coordenou os trabalhos) Cláudio Bertolli Filho (UNESP) e Heloisa Bruhns (UNICAMP) , que expuseram seus pontos de vista sobre o tema "A Copa do Mundo e suas implicações culturais". Abaixo a resenha da noite publicada no blog do GECEF, em texto de João Paulo Benini:

A noite desta segunda-feira, 3 de maio, marcou a abertura dos trabalhos noturnos do IV Seminário de Comunicação Esportiva, evento organizado pelo GECEF. Mediados pelo professor Marcos Américo, os palestrantes Cláudio Bertolli Filho (UNESP), Heloisa Bruhns (UNICAMP) e Fábio Franzini (UNIFESP) expuseram seus pontos de vista sobre o tema "A Copa do Mundo e suas implicações culturais".

A Profª. Dra. Heloísa Bruhns afirmou que o futebol está entrelaçado na cultura, é uma manifestação cultural, por isso representa conformismo e reprodução e ao mesmo tempo também representa resistência. Para ela, durante o jogo de futebol há abstenção no tempo e no espaço, inexistindo o tempo do relógio, só o tempo do jogo. Relacionou o tema da abstenção temporal ao cinema e citou como exemplos os filmes: “O ano em que meus pais saíram de férias” e “A grande final”. Para a catedrática da UNICAMP, o futebol está inserido em nosso cotidiano, fazendo com que nosso linguajar receba toques e gírias oriundas dos gramados.

O segundo palestrante a se apresentar no anfiteatro Antonio Manoel dos Santos foi o Prof. Dr. Fábio Franzini. O docente da UNIFESP abordou a mobilização provocada pelo futebol em diferentes épocas da história nacional. Citou as participações das seleções brasileiras nas Copas de 1930, 1934 e 1938 como exemplos de equipes que eram montadas muito em função da política da época. Comentou que houve comemoração dos paulistas quando a seleção brasileira foi eliminada da Copa de 1930. O motivo de tal comemoração se deveu ao fato de que a seleção era formada por jogadores de clubes cariocas.

O último palestrante a se apresentar foi Cláudio Bertolli Filho, docente da UNESP (Campus de Bauru). Bertolli comentou o “futebol de várzea” e o início das rivalidades no mundo futebolístico. Contou um pouco de sua história em São Caetano do Sul (SP), do campinho em que enfrentavam os “adversários” de São Bernardo e Santo André. Cláudio ainda comentou sobre a falta de espaço que as grandes mídias oferecem ao futebol de várzea e sugeriu que novos jornalistas se debruçassem sobre o tema a fim de também compreenderem as grandes rivalidades que só vêm à tona em eventos como a Copa do Mundo."

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Causos esportivos no IV Seminário do GECEF

Estou postando ao vivo da sala 01 da UNESP Bauru, onde acontece a roda de causos do IV Seminário de Comunicação Esportiva do Grupo de Estudos em Comunicação Esportiva e Futebol (GECEF). A foto acima ilustra os participantes sob a mediação do Prof. Dr. João Batista Chamadoira: Rafael Mainini, Andressa Borzilo e Marcelo Ferrazzolli. Estórias muitos engraçadas que vão de transmissões off-tube até invasão de campo pela cavalaria da Polícia Militar. Impagável...

domingo, 2 de maio de 2010

O Sofisticado e o Bizarro

Jacques Tourneur é mais conhecido pelo filme "Sangue de Pantera" (Cat people, 1942) do que por este "A Morta-viva" (I walk with a zombie, 1943), onde, como no filme citado, o importante é a classe e sofisticação do diretor ao conduzir tramas macabras onde o terror está mais na sugestão do que no explícito, uma virtude tanto rara nos dias de hoje... Sinopse do site Melhores Filmes: Uma enfermeira contratada para cuidar da esposa de um grande fazendeiro que vive nas Índias Ocidentais se envolve com os dramas da família e passa a suspeitar que sua paciente possa ser um zumbi, uma “morta-viva”. Abaixo o trailer:



Coincidentemente na sessão dupla de ontem à noite vi um filme que estava faltando em minha lista de clássicos do terror "Monstros" (Freaks, 1932) de Tod Browning, onde ao contrário da sugestão do horror de " A Morta-viva" o que temos é a exploração explícita de pessoas com deformidades. Aqui vai um comentário surrupiado do Omelete:

"Em 1932, Todd Browning, o genial mestre do horror por trás de várias parcerias com o enigmático Lon Chaney e o Drácula de Lugosi, fez outro filme espetacular: Freaks. Trata-se de uma terrível colisão da normalidade com a anormalidade. No circo, Baclanova, uma artista de trapézio, casa-se com um anão, interessada apenas na riqueza do noivo. Com a ajuda do amante, o levantador de pesos Vitor, ela pretende envenená-lo. O anão inclui-se na seleção de anomalias do circo: a mulher barbada, os gêmeos siameses, o hidrocéfalo, o homem cujos quatro membros foram amputados e que, usa a boca para apanhar o que deseja e a mulher com o crânio subdesenvolvido. Enfim, os horrores do picadeiro. Quando descobrem o plano de Baclanova, o grupo mutila-a com facas, numa cena dantesca. Com muito vagar transformam-na em outra aberração. O filme causou polêmica quando lançado (Browning usou aberrações, ou pessoas realmente deformadas) e foi proibido na Inglaterra por trinta anos. Apresenta uma visão humanista do mundo, tendo como tema central o tradicional julgar pelas aparências. As aberrações são encaradas como vítimas inocentes de uma sociedade que não as tolera e as segrega. Nossa repulsa inicial por elas torna-se lentamente compreensão."

Abaixo o filme completo no Goolge Videos onde está disponível o download para Ipod e PSP:

Videogame é Arte?


A discussão é boa e foi apimentada por matéria publicada hoje no Caderno Mais! da FOLHA, intitulada "Décima Arte ou Jogada?". O fato é que antes da discussão estética vem o business e há tempos os videogames vem dominando a indústria do entretenimento e criando hábitos culturais e habilidades cognitivas nas gerações recentes (vide post "Tudo que é bom faz mal"). Vejamos um trecho da matéria:

"Mas o videogame é uma forma de arte? "Arte não tem conceito. Se um grande artista fizer uma obra de arte com o videogame, vai ser. Do mesmo jeito como pode fazer com cocô."
De fato, desde o século de Duchamp a forma é livre. Mas estamos falando em gêneros artísticos aglomerados pela semelhança formal, como teatro, literatura e quadrinhos -mesmo que a "nona arte" ainda engatinhe em termos de reconhecimento na sociedade. O preconceito contra os quadrinhos (ou contra o cinema, em sua origem) é frequentemente tomado como exemplo para o jogo eletrônico."

Uma das justificativas para o game como arte é o jogo "Flowers" (para Playstation) onde o objetivo é conduzir no vento um punhado de pétalas que passeiam por paisagens idílicas e bucólicas ao som de músicas mais suaves. Aqui tem um texto (em inglês) do famoso crítico de cinema Roger Ebert argumentando que os games nunca serão considerados arte e, abaixo, o trailer oficial do games citado. Em tempo: A imagem que inicia este post é do livro "A Arte dos Videogames" uma coletânea de luxo com ilustrações, esboços, artes conceituais e imagens criadas em softwares 3D de mais de 45 jogos de diferentes plataformas, segundo informações do Blog TI Info (Só para provocar!!!).


sábado, 1 de maio de 2010

Comida é pasto ...


Vi pela segunda vez hoje o documentário " A Vida Até Parece uma Festa " sobre a banda Titãs e dirigido por Branco Mello, do mesmo grupo. Poderia ser uma obra "chapa branca", mas não é... Em vez de ficarmos ouvindo um blábláblá de membros do grupo, de amigos ou sei lá quem, opta-se por deixar as imagens contar a história, o que se revela uma estratégia acertada. O diretor, desde os anos 80, documenta em vídeo a intimidade titânica e o filme é cheio de imagens inéditas.A idéia de editar as músicas (como "Bichos escrotos") com imagens de várias apresentações, em várias épocas, embora já utilizada pelo Queen, funciona muito bem. Indicado para relembrar ou entender os anos 80. Recomendado. Abaixo o trailer e depois uma matéria sobre o filme exibida no Metrópolis da TV Cultura.