domingo, 26 de setembro de 2010

Sessão da Tarde 1



Passei o sabadão na frente da TV vendo filmes. O clima, enfim úmido, convidava... Então vão as dicas em três capítulos postados separadamente: A Estrada (The Road, 2009, de John Hillcoat) é um filme perturbador com elenco afiado e direção precisa. Num Estado Unidos pós-apocalíptico fotografado em tons de cinza um pai busca seguir ao sul em busca do litoral com seu filho pré-adolescente. Não existe comida e aqueles que não se suicidaram buscam o escasso alimento e calçados para dar conta da jornada ou ainda apelam para o canibalismo rumo à barbárie. Confesso que, tirando o final um tanto insosso, fiquei incomodado com o filme que prende a atenção mas não se vê com prazer. Isto indica o poder da película e ponto para ela. Algumas informações complementares surrupiadas da FOLHA ON LINE:

"Para mim, a parte mais tocante do livro são os personagens. Existem sim elementos de horror, a frieza, mas isso em relação a como as pessoas se comportam", diz Hillcoat à Folha por telefone. "O livro é sobre o bem que existe dentro de cada um. O mal está lá, e o medo sempre o traz à tona [...] Toda a razão do filme é que o homem é um bom homem, e ele vira um homem mau, e nós entendemos o porquê disso." O diretor contou que teve acesso ao livro antes mesmo de sua publicação e antes do sucesso do filme "Onde os Fracos não Têm Vez" (2007), outra adaptação de uma obra de McCarthy, dirigido pelos Coen e ganhador de quatro Oscars. Entre as concessões naturais para adaptar o livro ao cinema, Hillcoat cortou personagens e mudou pequenas coisas que, na vida real, não funcionariam, como andar na floresta com um carrinho de supermercado, usado pela dupla para carregar seus pertences. "Também colocamos flashbacks mais frequentes porque queríamos mostrar o homem carregando a memória da mulher." Charlize Theron faz esse papel, em flashbacks ensolarados, antes do apocalipse enigmático, para o qual não há explicação nem no livro nem no filme. Após a tragédia, ela se vê incapaz de seguir em frente. "O homem tende a ser o pai ausente, que sob pressão abandona a família, enquanto a mãe está sempre lá. O livro traz outra visão e achei isso estimulante", diz o diretor, que filmou "A Estrada" ao próprio filho, assim como fez McCarthy. "É tudo muito verdadeiro. Sob grande pressão, você tem esses dois cenários na vida."
Aqui um comentário em áudio de Luiz Felipe Pondé, articulista da FOLHA e abaixo o trailer:


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