Gosto muito de Iñárritu mas quando se fala de cinema mexicano contemporâneo, o primeiro nome que me vem à cabeça é Carlos Reygadas, cujo verdadeiro nome é Alberto Castillo Asunsolo, advogado de formação mas cineasta de coração. Diz a lenda que Reygadas resolveu abraçar o cinema depois de ver os filmes de Tarkovsky, uma bela e poética iniciação. "Luz Silenciosa" (2007) é um bom exemplo de cinema contemplativo onde os longos planos com lentos zooms nos fazem pensar as motivações de personagens estranhos mas que no fundo, nos são muito próximos. Neste filme, em particular, a ação (ou ausência dela) acontece numa comunidade menonita do norte do México, muito semelhante à Amish retratada em "A Testemunha" de Peter Weir. Johan é um agricultor casado com Esther e com vários filhos que se apaixona por Marianne. O grande drama é o que não é dito... Religião e sexo são os temas de Reygadas. Como diz Marianne: "O importante não é amar... É ter paz." Ouve-se por aí que, no cinema, não importa a estória mas como ela é contada... É isso.Por falar em ouvir, a película não tem trilha sonora (musical) , o que aumenta a atenção aos planos, ou lembrando minhas aulas de sonorização: o silêncio é um importante elemento sonoro... Leia o post sobre o filme no blog de Luis Carlos Merten, outro no da Revista Cinética e abaixo o trailer. Do mesmo diretor vi o ótimo "Batalla en el Cielo" (já citado aqui) mas falta, para completar a filmografia, "Japón" (já baixado) que devo ver e postar comentários por esses dias.
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
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