quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A anti-narrativa de Alonso

Liverpool (2008) de Lisandro Alonso. Enfim consegui ver a mais recente película do diretor argentino e confesso que o diretor esgotou sua fórmula. Não que tenha me decepcionado, mas embora tenha imagens belíssimas a sensação de Dejà-vu imperou. A trama (ou não-trama) relata o percurso de Farrel, marinheiro que volta para Ushuaia, na Terra do Fogo, para recuperar um impreciso passado. Certo que li muitas críticas negativas como a de Raul Arthuso, que achei por demais contundente:
"Liverpool é obra de certo cinema pretensioso que não parece ter muita coisa a dizer e trabalha com a forma cinematográfica para criar uma pose de profundidade em meio às idéias vazias que utiliza, como o parnasiano poetiza apolineamente sobre o ferro de passar roupas de sua casa. "
Mas sou mais propenso a compartilhar o pensamento com a Revista Cinética na crítica de Rodrigo de Oliveira:
"Se é por aí que o diretor seguirá, pelo investimento mais dedicado às convenções de gênero, ou por algum outro caminho que radicalize algumas das mais potentes imagens que produzira anteriormente (em La Libertad sobretudo), isso é impossível antecipar. Mas Liverpool é o funeral consciente de um estilo, de um projeto de cinema e de uma visão do mundo. Retornar a ele seria negar ao filme sua maior qualidade: a de reconhecer a fragilidade de seus próprios métodos."
Abaixo trailer, depois o Making of em duas partes e, por fim, uma entrtevista com o diretor:









3 comentários:

depending de dibuj disse...

Oh, que pena. Ainda nao vi Liverpool, mas tinha esperança no filme, mais que nada quando escuto Alonso falar do cinema em geral, e que nos seus filmes "as coisas acontecem em outra velocidade". Talvez aqui em Argentina as coisas sejan mais lentas. Vou ver!
Um abrazço, amigo Tuca.

deTrivella disse...

Quem diria... esse moço só fala de arrrrentinos!!!!
hauhauahuah

Tuca Américo disse...

O filme não é ruim. Até gostei... Mas "La Libertad" e "Los Muertos" esgotaram esse jeito "Alonsiano" de acompanhar um personagem. Isso sem contar "Fantasma". Mas acredito também que o tempo de Alonso tá mais para Tarkovsky do que para uma audiência contemporânea e só vive para os festivais de cinema e pra gente... Acho que é isso que Alonso diz em "Fantasma".

Abrazos...