
"Escalante aqui une parte do que já trazia em seu primeiro filme (Sangre) do cinema de seu mentor e colaborador Carlos Reygadas, e soma um pouco com o que de pior nos dão o cinema de um Michael Haneke, de um Bruno Dumont, de um Ulrich Seidl. É a estética do refém levada à enésima potência, em que sempre sabemos o que acontecerá em cada plano (todos sempre belos, bem enquadrados, de longa duração e elegantes movimentos – afinal o mundo pode ser feio, mas o filme nunca): o pior que for possível. Para ilustrar tudo isso, Escalante faz questão de realizar um plano que se coloca o desafio de entrar na galeria dos mais dantescos da história do cinema (embora, para isso, use efeitos visuais inegavelmente fantásticos), e usa da lógica mais óbvia possível na sua composição: o que pode ser mais estúpido do que enquadrar seus personagens em situação humilhante do que colocar na trilha sonora fora de quadro um programa de videocassetadas? Pois é este o mundo segundo Escalante. "
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